Hecad realiza mais de 600 atendimentos mensais e se aproxima de mil cirurgias de reabilitação em Goiás

3 de novembro de 2025 às 13:17

Unidade do Governo de Goiás é referência no tratamento de fissuras labiopalatinas e garante acompanhamento completo a crianças e adolescentes

O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, realiza mais de 600 atendimentos mensais e está prestes a atingir a marca de 1.000 cirurgias corretivas no tratamento de fissuras labiopalatinas. O serviço, mantido pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), é referência no país e assegura atendimento integral e humanizado a crianças e adolescentes.

Com estrutura moderna e equipe multiprofissional, o Centro de Reabilitação de Fissuras Labiopalatinas (Cerfis) oferece cuidado contínuo — do diagnóstico ao acompanhamento na fase adulta — garantindo acolhimento, segurança e qualidade em todas as etapas do tratamento. Mesmo sendo uma unidade pediátrica, o Hecad mantém o vínculo com as famílias até a completa reabilitação dos pacientes.

Único serviço do estado voltado à reabilitação completa de fissuras, o Cerfis conta com cirurgiões, fonoaudiólogos, psicólogos e cirurgiões-dentistas. O avanço do atendimento reflete o compromisso do Governo de Goiás em ampliar o acesso e reduzir filas na rede pública de saúde.

O cirurgião bucomaxilofacial e supervisor do Cerfis, Leonardo Andrade, explica que o acompanhamento odontológico é indispensável desde os primeiros meses de vida. “A anatomia bucal alterada pela fissura pode dificultar a higienização e aumentar o risco de inflamações e cáries. Por isso, o acompanhamento odontológico deve começar cedo”, observa.

“Nosso papel é orientar as famílias sobre técnicas de escovação adaptadas, estimular hábitos saudáveis e monitorar o desenvolvimento bucal da criança. O cuidado odontológico é parte essencial do sucesso da reabilitação”, complementa o especialista.

Desafios
A alimentação é um dos primeiros desafios enfrentados pelas famílias. Alguns bebês com fissura têm dificuldade para sugar e engolir, o que exige o uso de bicos e mamadeiras especiais, além de orientação constante da equipe de saúde. Para o cirurgião, a participação familiar é determinante.

“O cuidado começa em casa. São os pais e cuidadores que garantem a higienização correta, supervisionam a alimentação e oferecem o apoio emocional que a criança precisa. Quando a família se envolve, o tratamento se torna mais eficaz e a criança evolui melhor”, afirma Leonardo Andrade.

Segundo Leonardo Andrade, o objetivo do Cerfis vai além da correção funcional: busca reconstruir autoestima e qualidade de vida. “Cada sorriso reabilitado representa uma história de superação. É um trabalho técnico e sensível, que só é completo quando paciente e família se sentem acolhidos e confiantes”.

Histórias que inspiram
Histórias como a de Amanda Lays, paciente do Cerfis há nove anos, ilustram o impacto do serviço. Natural do Pará, Amanda e sua mãe, Jaqueline Neves, mudaram-se para Goiânia para continuar o tratamento.
“Todas as vezes que venho, sou muito bem atendida. Todos os profissionais me tratam com respeito e carinho. Graças a Deus, tudo tem dado muito certo”, conta Jaqueline.

O acesso ao Cerfis ocorre por meio da Central de Regulação Estadual de Goiás. Os pacientes são encaminhados pelas unidades básicas de saúde dos municípios, que fazem o cadastro e enviam as solicitações para avaliação e agendamento. O processo segue critérios técnicos e regionais, garantindo transparência e equidade no atendimento.

Foto: Thauann Sales